BR 277 História

A BR-277 corta o Paraná no sentido leste-oeste, ao longo do paralelo 25°30', ligando o Porto de Para-naguá a Curitiba, Ponta Grossa, Guarapuava, Laranjeiras do Sul, Cascavel, Foz do Iguaçu, interliga-se com a "Ruta 2" (Rodovia Transparaguaia); esta, também obedecendo à mesma orientação e esten-dendo-se através de trezentos e trinta quilômetros asfaltados, alcança Assunción; daí a estrada segue rumo à Cañada de Oruro, fronteira com a Bolívia, passa por Santa Cruz de La Sierra, Cocha-bamba, La Paz. É a "Ruta 33" da Bolívia. Enfim, interliga Cuzco, Nazca e Lima, no Peru.

Foi em abril de 1941, diante do imperativo em se dar aos Oficiais do Quadro Técnico da ativa, provenientes do 1º Batalhão Rodoviário de Curitiba, um aproveitamento de real amplitude no exercício de suas especialidades, que foi criada a Comissão de Estradas de Rodagem nº1; ou, simplesmente CER-1. Entre outras tarefas, cabia-lhe promover melhoramentos na rodovia Ponta Grossa-Guarapuava e realizar estudos do trecho Guarapuava-Foz do Iguaçu.

A deficiência de recursos financeiros, a irregularidade na distribuição de verbas e a incerteza de sua liberação, constituíram uma ingrata constante durante as atividades da CER-1, desde as suas origens. Assim, somente em 1958 pode concluir sua missão principal, a ligação Ponta Grossa-Foz do Iguaçu. Diante do surto de desenvolvimento proporcionado à região servida pela rodovia, entendeu o Governo Federal de transformá-la em estrada de primeira classe e levar a efeito a sua pavimentação asfáltica. Ainda nesse mesmo ano, embora debilmente, foram iniciados os trabalhos de pavimentação que, entretanto, só tiveram grande incremento a partir de 1963.

Ao longo dos primeiros quilômetros a rodovia superpõe-se à Rodovia do Café e o rio Tibagi, que esta-belece o limite entre os municípios de Ponta Grossa e Ipiranga.

De um lado e do outro os campos ondulantes, um pouco à frente uma outra estrada leva ao município de Cândido de Abreu. Alguns quilômetros adiante, à esquerda da rodovia, o acesso a Imbituva, e seguindo-se pela rodovia começa a subida da serra da Ribeira.

O rio Manduri, estabelece o limite entre Imbituva e Prudentópolis, e cinco quilômetros a frente outro rio, o dos Patos, atravessa a estrada.

A rodovia encontra a estrada que leva a Irati, quatro quilômetros além, se inicia a subida da Serra da Esperança. A rodovia começa a serpentear em curvas e através de uma ponte de concreto ultrapassando o rio Xaxim, limite entre os municípios de Prudentópolis e Guarapuava. Logo em seguida o Viaduto São João, a ele se sucede o Viaduto Tigrinho. De um lado o imenso paredão de rocha, lá em baixo os campos. Antes de atingir Guarapuava, ele ultrapassa o distrito de Guará (hoje município), os rios das Pedras, das Mortes, Salgado. A estrada que segue é uma grande reta, margeada por extensos campos que se perdem na linha do horizonte.

Os rios continuam cortando a rodovia: o Cascavelzinho, junto a Gurapuava, o rio Coutinho, e pouco além o arroio Cachoeirinha, o rio Campo Real, o arroio Pai João, o arroio Queiroz.

Mais além Três Pinheiros marca o novo encontro rodoviário: é a estrada que vai até Pato Branco, ligando a BR-277 à Rodovia do Sudoeste. Logo depois a ponte sobre o rio Cavernoso. Uma nova elevação é vencida: a serra Cantagalo. Após passar pelo rio Cantagalo, o arroio Amola Faca, o Rio Tapera, a Serra do Xagu, chega-se a Laranjeiras do Sul.

O asfalto passa pelos municípios de Guaraniaçu, Cascavel, Matelândia, Medianeira e Foz do Iguaçu.

Concluída a duplicação da Rodovia Presidente Dutra, a BR-277 passou a constituir-se na principal meta do Governo Federal. É ela parte integrante da Rodovia Transversal Panamericana que de Lima, Capital do Peru, atinge Paranaguá (PR) no Atlântico, após atravessar a Bolívia e o Paraguai.

Em território brasileiro, constitui-se na espinha dorsal do sistema rodoviário da terra das araucárias, e Rodovias Federais e Estaduais a cortam ou para ela convergem. Recebendo a Rodovia do Café, canaliza para o Porto de Paranaguá a produção cafeeira do nosso Estado, a principal base econômica. Recebendo a BR-373 (Três Pinheiros-Pato Branco), que o Governo constrói em convênio com o DNER, possibilita o escoamento de milhões de toneladas anuais de produtos agropecuários da importantíssima região Sudoeste do Estado. Além de sua importância econômica, acresce seu indiscutível valor social, político, estratégico e turístico.

Em março de 1969, a BR-277 - "Grande Estrada" foi inaugurada.

Conteúdo retirado do DER.